UMA ODE AO PLANETA TERRA

O desafio aqui foi tentar construir uma parábola de 4,5 bilhões de anos em 10 minutos, unicamente com imagens do próprio acervo da Knoll Films ao redor do globo.

O filme reitera o nosso reconhecimento da importância de uma ressacralização da natureza pelo homem pós-moderno; recorremos à Grécia antiga, tomando como fonte de inspiração um de seus maiores mitos.

Gaia, a mãe terra, o elemento primordial e latente de sua imensa potencialidade geradora, fez surgir Urano (o céu), Ponto (o mar) e as Óreas (as montanhas). Sob a luz de sua inspiração, Gaia deixa-nos aqui uma lição de humildade: é desse grande organismo que fazemos parte e devemos nossa existência.

O curta foi concebido com a intenção de contar a história de nosso planeta, respeitando o princípio formal de uma composição poética do gênero lírico – dividindo-se em três estrofes simétricas.

A primeira parte é dedicada à formação mineral do planeta, com processos geológicos que permitiram sua formação estrutural, sua atmosfera e seus oceanos.

Na segunda, já em um mundo com água no estado líquido abundante, temos então as condições ideais para o surgimento da vida, precedendo a terceira parte, onde a vida se alastra pelo planeta, na terra, água e ar, evoluindo até os primórdios da humanidade.

O planeta prosseguirá, independente de nós, por mais pelo menos 2 bilhões de anos, quando nosso sol, em seu processo natural de perda de massa, não conseguirá mais gerar força gravitacional suficiente para conter sua atmosfera, expandindo e engolfando nosso tão estimado lar; um fenômeno observável em qualquer estrela como a nossa.

Entretanto, se sobrevivermos a nós mesmos em nossa pequenina escala de existência, poderemos compartilhar por um bom tempo do milagre da vida que esse planeta tão peculiar permitiu existir.