Um filme de Lola Pontes e Fabio Knoll

Ao redor do fogo, histórias ganham corpo, tempo e espírito. Este documentário-poema conduz o espectador a uma travessia sensível pelo universo dos povos originários brasileiros, a partir da trajetória do fotógrafo Renato Soares e sua profunda conexão com as culturas indígenas ao longo de mais de três décadas.

Por meio de uma linguagem que mistura realidade e mito, silêncio e imagem, o filme convida à escuta das vozes ancestrais que ainda habitam a floresta — e a nós mesmos.

Em tempos de colapso ambiental, social e espiritual, este filme propõe um gesto radical: reencantar o mundo por meio da escuta dos saberes originários.

Como podemos restaurar nosso vínculo com a Terra? Como recuperar o encantamento e o pertencimento? Que futuros podemos imaginar a partir de cosmovisões que sobrevivem, há milênios, em comunhão com a natureza?

“Histórias para se contar em volta do fogo” é mais do que um filme.

É uma plataforma de diálogo entre ancestralidade, arte, ciência e espiritualidade.

A direção conduzirá o filme através de uma linguagem cinematográfica híbrida:

• Cinema Direto e câmera poética

• Paleta terrosa e luz natural, estabelecendo um diálogo com a fotografia de Renato Soares

• Trilha original do grupo Mawaca (álbum Sonoros Rupestres), entrelaçada a sons da floresta, cantos e silêncios

• Edição que respeita o tempo da escuta, do corpo, da palavra e da ausência dela

Ailton Krenak

Eduardo Viveiros de Castro

Célia Xakriabá

Marcelo Gleiser

Maria Fernanda Cândido

Além da obra cinematográfica de 70 minutos, o projeto prevê:

• Série de vídeos curtos e ações para redes sociais

• Cadernos visuais e publicações fotográficas

• Instalações audiovisuais em espaços culturais e museus

• Oficinas, rodas de conversa e ações educativas com povos indígenas

Chegamos a um momento crucial da história da humanidade.

Vivemos sob o ritmo de um crescimento desenfreado, de uma lógica de consumo que transforma tudo — inclusive a vida — em recurso. Enquanto avançamos tecnologicamente, nos afastamos da Terra, da escuta, do tempo natural, da sabedoria silenciosa que pulsa nos ciclos do planeta. Nossa máquina de progresso, se não desacelerada e reimaginada, pode comprometer irremediavelmente a continuidade da vida em toda a sua diversidade.

Este filme nasce como um sinal de alerta e de esperança. É uma escuta atenta ao que a floresta tem a dizer — não como paisagem, mas como inteligência viva.

Histórias para se contar em volta do fogo propõe um gesto de reconexão com o que há de mais antigo e mais urgente: nossa capacidade de pertencer.

É hora de atender ao chamado da Terra. De reconhecer que não há separação entre natureza e humanidade. De nos deixarmos guiar por quem nunca rompeu esse laço: os povos originários.

Através da partilha de histórias, do silêncio, da memória oral, este filme convoca uma mudança de percepção — um novo sistema cognitivo baseado na escuta, no respeito e na reciprocidade.

Porque talvez a última chance de reencantarmos o mundo venha daqueles que nunca o desencantaram.